P035
Português / Portuguese (PT): Intimidade tornada pública, popular, política: Ruptura e continuidade nos limites da cultura
Inglês / English (EN): Intimacy gone public, popular, political: rupture and continuity in the limits of culture

Coordenador / Coordinator:
Ricardo FALCÃO
Centro de Estudos Internacionais (CEI-IUL), Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)
ricfal@gmail.com

Co-coordenador / Co-coordinator (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Inês GALVÃO
Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-Ulisboa)
galvines@gmail.com

Debatedor / Discussant (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):

Língua principal / Main language: Português / Portuguese (PT)
Língua complementar / Complementary language: Inglês / English (EN)
Língua de trabalho preferencial (não exclusiva) / Prefered working language (not exclusive): Português / Portuguese (PT)


Detalhes do painel na língua principal / Panel details in main language

Título / Title
Intimidade tornada pública, popular, política: Ruptura e continuidade nos limites da cultura

Resumo curto / Short abstract
A politização da intimidade é marcada por ambiguidades na relação com a política institucional e governamental. Neste painel procuramos o diálogo entre perspetivas sobre a intimidade baseadas no estudo de narrativas públicas, populares e políticas, para interrogar a articulação de continuidades e rupturas na sua relação com noções de cultura.

Resumo longo / Long abstract
A politização da intimidade é um fenómeno controverso, marcado por ambiguidades na relação com poderes institucionais e governamentais, que colocam questões de cariz político assim como desafios ao seu estudo. Hoje, a crítica do feminismo de-colonial ao eurocentrismo das agendas globais de desenvolvimento e direitos humanos denuncia a colonialidade do poder, sugerindo uma reflexão sobre os usos e desdobramentos do conceito de cultura, tanto na descrição das transformações sociais como na representação de normas e possibilidades de transgressão. Entretanto, a indefinição dos limites entre privado e público motiva disputas no âmbito do poder simbólico, muitas vezes por analogia a uma oposição entre interior e exterior, na demarcação de lugares de soberania mas também na legitimação de formas de ingerência. Nestas disputas complica-se a relação entre poder e discurso, exposição e secretismo, e evidenciam-se construções de género que desafiam visões dualistas, especialmente em contextos de mutação acelerada. Neste painel convidamos a apresentação de perspetivas sobre como a intimidade surge em narrativas públicas, populares e políticas. Procuramos analisar como ideias de continuidade e rutura se relacionam com noções de cultura em domínios como a sexualidade, a saúde, a identidade, as relações de proximidade e as práticas da vida doméstica e quotidiana.


Detalhes do painel na língua complementar / Panel details in complementary language

Título / Title
Intimacy gone public, popular, political: rupture and continuity in the limits of culture

Resumo curto / Short abstract
The politicization of intimacy is marked by a strained relation with the institutionality and governmentality of power. This panel discusses perspectives on intimacy based in the study of public, popular, and political narratives, to question the articulation of continuities and ruptures in relation with changing notions of culture.

Resumo longo / Long abstract
The politicization of intimacy is controversial. Ambiguities mark the strained relation between this phenomenon and the institutionality and governmentality of power. Today, the decolonial feminist critique of eurocentrism, at the heart of global development and human rights, evidences the coloniality of power, and suggests that reflection be made upon the uses and unfoldings of culture, in both the description of social transformations and the representation of norms and its possible transgression. Meanwhile, the difficulty in defining the limits between private and public motivates disputes for symbolic power, in the delimitation of sites of sovereignty but also in the legitimation of interferences, often done through an analogy with simplistic oppositions between interior and exterior. These disputes stress the relation between power and discourse, exposure and secrecy, and make apparent the constructions of gender that defy dualistic visions, especially in contexts of accelerated mutation. In this panel, we invite the presentation of perspectives on how intimacy shows up in public, popular and political narratives. We intend to analyse how ideas of continuity and rupture are interrelated with notions of culture in domains such as sexuality, health, identity, relational proximity and other daily practices like domestic life.