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Português / Portuguese (PT): As grafias como perturbação indispensável no fazer antropológico
Inglês / English (EN): The Graphy as an indispensable disturbance in the making of anthropology
Coordenador / Coordinator:
Suely KOFES
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
skakofes@gmail.com
Co-coordenador / Co-coordinator (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Daniela FERIANI
Universidade de São Paulo (USP)
danielaferiani@yahoo.com.br
Debatedor / Discussant (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Debatedor / Discussant: Fabiana Bruno (Universidade Estadual de Campinas). E-mail: fabybruno@uol.com.br; Magda Ribeiro (University of Manchester). E-mail: magdasribeiro@gmail.com
Língua principal / Main language: Português / Portuguese (PT)
Língua complementar / Complementary language: Inglês / English (EN)
Língua de trabalho preferencial (não exclusiva) / Prefered working language (not exclusive): Português / Portuguese (PT)
Detalhes do painel na língua principal / Panel details in main language
Título / Title
As grafias como perturbação indispensável no fazer antropológico
Resumo curto / Short abstract
As grafias – desenhos, filmes, fotografias, inscrições, coisas, obras de arte, artefatos, descrições escritas – problematizam a antropologia enquanto campo de conhecimento complexo e multifacetado. O objetivo deste painel é conferir às grafias valor heurístico e pensar suas potencialidades para os modos de ver, conhecer e narrar na pesquisa antropológica.
Resumo longo / Long abstract
“Derruba-se uma árvore grande, desbastam-se os galhos e a folhagem e o tronco assim obtido é escavado para servir como casco principal da canoa…, assim Malinowski inicia a descrição da construção da masawa, a canoa marítima trobriandesa. A descrição expõe processos técnicos, gestos e fórmulas mágicas para o lançamento da canoa ao mar e se vale de gráficos, desenhos e fotografias; descrição distinta daquela que escrevera só com palavras sobre a visita dos baloma às aldeias durante o Milamala. Recentemente, Ingold desenha uma linha quase reta, com uma curta ondulação na ponta superior, ao descrever o que parecia ser um raio prateado, mas que uma observação atenta revelou serem salmões em seu caminho para a desova. Na linha desenhada estariam o movimento, a observação e a descrição, diz Ingold. As grafias – desenhos, filmes, fotografias, inscrições, coisas, pinturas gravadas em pedras, obras de arte, artefatos, narrativas e descrições escritas – compõem e problematizam a antropologia enquanto campo de conhecimento complexo e multifacetado e carregam uma pluralidade de possibilidades. O objetivo deste painel é conferir às grafias valor heurístico. Convidamos os interessados a pensar sobre as potencialidades das grafias para os modos de ver, imaginar, conhecer e narrar na pesquisa antropológica.
Detalhes do painel na língua complementar / Panel details in complementary language
Título / Title
The Graphy as an indispensable disturbance in the making of anthropology
Resumo curto / Short abstract
The Graphy – drawings, films, photographs, inscriptions, things, artifacts, descriptions – problematize anthropology as a complex and multifaceted field of knowledge. The purpose is to give to the Graphy a heuristic value and think about the potential for the ways of seeing, knowing and narrating in anthropological research.
Resumo longo / Long abstract
“A big tree is cut, trimmed into a log, then hollowed out and made into the basic dug-out; the planks, boards, poles, and sticks are prepared”, thus Malinowski begins the description of the construction of masawa, the Trobriand maritime canoe. The description covers technical processes, gestures and magic formulas that prepares the canoe to the sea and uses graphics, drawings and photographs; a different description from the one he had written only with words about the baloma’s visit to the villages during the Milamala. Recently, Ingold draws a line almost straight, with a short curl at the upper tip, describing what appeared to be a silver ray, but one close observation showed salmon on its way to spawning. In the line drawn would be movement, observation and description, says Ingold. The Graphy – drawings, films, photographs, inscriptions, things, paintings engraved in stones, works of art, artifacts, descriptions – compose and problematize anthropology as a complex and multifaceted field of knowledge and carry a plurality of possibilities. The purpose of this panel is to give to the Graphy a heuristic value. We invite those interested to think about the potential of Graphies for the ways of seeing, imagining, knowing and narrating in anthropological research.