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Português / Portuguese (PT): No rastro de linhagens espúrias: quando a antropologia aprende a duvidar de seus próprios mitos fundadores
Inglês / English (EN): In the trail of spurious lineages: when anthropology learns to doubt its own founders
Coordenador / Coordinator:
Marília FLOÔR KOSBY
Université de Liège (ULiège)
floorkosby@gmail.com
Co-coordenador / Co-coordinator (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Pâmela MARCONATTO MARQUES
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
pmarconatto@gmail.com
Debatedor / Discussant (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Língua principal / Main language: Português / Portuguese (PT)
Língua complementar / Complementary language: Inglês / English (EN)
Língua de trabalho preferencial (não exclusiva) / Prefered working language (not exclusive): Português / Portuguese (PT)
Detalhes do painel na língua principal / Panel details in main language
Título / Title
No rastro de linhagens espúrias: quando a antropologia aprende a duvidar de seus próprios mitos fundadores
Resumo curto / Short abstract
Propõe-se, nesse painel, esboçar uma composição alternativa dos quadros teórico-etnográficos da antropologia, reunindo narrativas de antropólogos e antropólogas marcados pela dissidência dos padrões hegemônicos de produção disciplinar (não brancos, dissidentes sexuais, provenientes de contextos subalternizados). Trata-se, assim, de um exercício de recusa do jardim do éden com pretensões de pureza (Haraway, 1991), pautado pela identificação de linhagens espúrias não reconhecidas na história da antropologia, marcando suas contribuições aos debates caros ao desenvolvimento da disciplina e à definição de seus rumos.
Resumo longo / Long abstract
O antropólogo haitiano Michel-Rolph-Trouillot (2003), afirma que antropologia oferece acesso a visões alternativas ao padrão de humanidade que coloca o crescimento econômico como valor supremo, nos responsabilizando de assumir que essa humanidade a partir da qual a própria antropologia conta sua história não é a mais respeitosa do planeta, nem a mais precisa, nem a mais prática, tampouco a mais bonita, nem mesmo a mais otimista.Levar a sério essa atitude epistemológica, tomando a antropologia como prática de educação intercultural (Ingold, 2014) implica que se repense e reelabore seus currículos, suas diretrizes, requerendo a supressão de uma lógica colonialista, que captura a produção de conhecimento (Cesaire, 1950) reproduzindo divisões de trabalho assimétricas, circunscrevendo o alcance da antropologia feita desde corpos-territórios marcados por dinâmicas que seguem produzindo sua subalternidade. Propõe-se, nesse painel, esboçar uma composição alternativa dos quadros teórico-etnográficos da antropologia, reunindo narrativas de antropólogos e antropólogas marcados pela dissidência dos padrões hegemônicos de produção disciplinar (não brancos, dissidentes sexuais, provenientes de contextos subalternizados). Trata-se, assim, de um exercício de recusa do jardim do éden com pretensões de pureza (Haraway, 1991), pautado pela identificação de linhagens espúrias não reconhecidas na história da antropologia, marcando suas contribuições aos debates caros ao desenvolvimento da disciplina e à definição de seus rumos.
Detalhes do painel na língua complementar / Panel details in complementary language
Título / Title
In the trail of spurious lineages: when anthropology learns to doubt its own founders
Resumo curto / Short abstract
It is proposed in this panel to outline an alternative composition of the anthropological-theoretical frameworks, bringing together narratives of anthropologists marked by the dissidence of hegemonic patterns of disciplinary production (non-whites, sexual dissidents, from subalternized contexts). It is, therefore, an exercise of refusing the garden of Eden with claims of purity (Haraway, 1991), based on the identification of spurious lines not recognized in the history of anthropology, marking their contributions to the debates that are dear to the development of the discipline and to the definition of its course.
Resumo longo / Long abstract
The Haitian anthropologist Michel-Rolph-Trouillot (2003) argues that anthropology offers access to alternative visions to the standard of humanity that places economic growth as the supreme value, responsabilizing us for assuming that this humanity from which anthropology itself tells its history is not the most respectful of the planet, neither the most precise, nor the most practical, nor the most beautiful, nor even the most optimistic. Taking this epistemological approach seriously, taking anthropology as a practice of intercultural education (Ingold, 2014) implies that its curricula, its guidelines, are rethought and re-established, requiring the suppression of a colonialist logic that captures the production of knowledge (Cesaire, 1950 ) reproducing asymmetrical divisions of work, circumscribing the reach of anthropology made from bodies-territories marked by dynamics that continue to produce their subalternity. It is proposed in this panel to outline an alternative composition of the anthropological-theoretical frameworks, bringing together narratives of anthropologists marked by the dissidence of hegemonic patterns of disciplinary production (non-whites, sexual dissidents, from subalternized contexts). It is, therefore, an exercise of refusing the garden of Eden with claims of purity (Haraway, 1991), based on the identification of spurious lines not recognized in the history of anthropology, marking their contributions to the debates that are dear to the development of the discipline and to the definition of its course.