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Português / Portuguese (PT): Concepções do nascer: entre medicina e cultura
Inglês / English (EN): Concepts of birth: between medicine and culture

Coordenador / Coordinator:
Maria Paula PRATES
City, University of London / UFCSPA, Brasil
Maria-Paula.Prates@city.ac.uk

Co-coordenador / Co-coordinator (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Christine MCCOURT
City, University of London
christine.mccourt.1@city.ac.uk

Debatedor / Discussant (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):

Língua principal / Main language: Português / Portuguese (PT)
Língua complementar / Complementary language: Inglês / English (EN)
Língua de trabalho preferencial (não exclusiva) / Prefered working language (not exclusive): Português / Portuguese (PT)


Detalhes do painel na língua principal / Panel details in main language

Título / Title
Concepções do nascer: entre medicina e cultura

Resumo curto / Short abstract
Parto e nascimento são temas fecundos para antropologia por evidenciarem, de modo rico e complexo, a diversidade de significados e experiências de modos de existir no mundo. E é pensando nessa riqueza de possibilidades analíticas e reflexivas que convidamos para este painel.

Resumo longo / Long abstract
Propõe-se discutir e dialogar a partir de estudos de cunho etnográfico e teórico-metodológicos que versem sobre nascimento, técnicas de parto, significados e agenciamentos destes em diferentes sociocosmologias. Desde a antropologia, nascimento e parto têm sido registrados em etnografias realizadas nos mais variados contextos. Pierre Clastres, por exemplo, escreveu que entre os Guayaki uma criança é efetivamente considerada nascida após ser parida, levantada do chão e banhada. Nascer, nesse sentido, não se trata apenas de um ato fisiológico, e engendra noções de corpo e pessoa produzidas socialmente a partir do que comem, dos afetos que compartilham e das relações estabelecidas com não humanos. Em sociedades de matriz ocidental, a diversidade de práticas e significados relacionados ao parto e ao nascimento também se faz presente. Ademais de uma crescente medicalização dos corpos de parturientes desde o século XIX, movimentos de contestação do poder médico e de questionamento das desigualdades sociais ao acesso à saúde enquanto direito humano têm reconfigurado um campo de negociação em torno das idiossincrasias contemporâneas de parir e fazer nascer. Convidamos, com o intuito de enriquicer considerações sobre a temática, colegas que trabalhem sobre parto e nascimento desde uma perspectiva antropológica.


Detalhes do painel na língua complementar / Panel details in complementary language

Título / Title
Concepts of birth: between medicine and culture

Resumo curto / Short abstract
Labour and birth are fertile themes for anthropology as they show, in a rich and complex way, the diversity of meanings and experiences of modes of existence in the world. It is for thinking about this wealth of analytical and reflective possibilities that we invited you for this panel.

Resumo longo / Long abstract
We propose to discuss and to develop dialogue from ethnographic and theoretical studies which deal with birth, childbirth techniques, meaning and agency across different sociocosmologies. From anthropology, birth and childbirth have been featured in ethnographies carried out in the most varied contexts. Pierre Clastres, for exemple, wrote that among the Guayaki a child is considered effectively born not simply after having been born in a physical sense but also lifted up from the floor and bathed. To be born, in that sense, it is not just a physiologic act, but orchestrates notions of body and personhood produced socially, through what they eat, through shared affections and also relationships with non-humans. In a range of Western societies, a diversity of concepts, practices and meaning related with birth and childbirth are also present. In addition to a growing medicalization of women’s bodies in labour since the nineteenth century, movements have arisen to challenge medical power and questioning of social inequalities in the access of health on the basis of human rights has led to reconfiguration of the field of discussion around the contemporary idiosyncrasies of giving birth and being born. We invite colleagues who work with and about birth and childbirth from an anthropological perspective to submit papers with a view to enrich thinking about this subject.