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Português / Portuguese (PT): A guinada reacionária: a antropologia diante das crises e dos neo-fascismos
Inglês / English (EN): The reactionary shift: anthropology in the face of crisis and neofascism
Coordenador / Coordinator:
Omar RIBEIRO THOMAZ
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
omarr.thomaz@gmail.com
Co-coordenador / Co-coordinator (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Federico NEIBURG
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
federico.neiburg@gmail.com
Debatedor / Discussant (se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
João de Pina Cabral (University of Kent – Universidade de Lisboa). E-mail: j.pina-cabral@kent.ac.uk
Língua principal / Main language: Português / Portuguese (PT)
Língua complementar / Complementary language: Inglês / English (EN)
Língua de trabalho preferencial (não exclusiva) / Prefered working language (not exclusive): Português / Portuguese (PT)
Detalhes do painel na língua principal / Panel details in main language
Título / Title
A guinada reacionária: a antropologia diante das crises e dos neo-fascismos
Resumo curto / Short abstract
Nos últimos anos, a guinada reacionária tornou-se evidente. O que a pesquisa antropológica tem a dizer sobre esta revira-volta? Qual o potencial crítico da etnografia? Como contrapor a ameaça a democracia com um aprofundamento da própria democracia por meio da antropologia? Como entender etnograficamente a relação entre crise e neo-fascismo?
Resumo longo / Long abstract
Após a crise de 2008, em vários contextos nacionais, a guinada reacionária tornou-se evidente. Em países como o Brasil e a Argentina, um período de mais de uma década de alianças governamentais progressistas cedeu a um desmonte expresso em retrocessos legais no mundo do trabalho, em ameaças de toda ordem às conquistas de minorias e intensificação da discriminação a estrangeiros; na Europa, em geral, e em países como Polônia, Hungria, Eslováquia e Itália, em particular, ganha força na opinião pública a chamada crise migratória (sic), ao mesmo tempo em que vemos aflorar narrativas e práticas como o antissemitismo, xenofobia, islamofobia e anticiganismo. A crise, ou o medo da crise, a pobreza, ou o medo da pobreza parecem alimentar uma guinada reacionária que tem como pilares, de um lado, a apropriação de recursos próprios do regime democrático; de outro, um apelo cada vez mais evidente à violência. A proposta deste painel parte das seguintes perguntas: o que a pesquisa antropológica tem a dizer sobre o que denominamos de guinada reacionária? Qual o lugar da etnografia junto a grupos particularmente vulneráveis (LGBTQs, negros, indígenas, quilombolas, migrantes) numa possível crítica ao processo em curso? Como contrapor o que se percebe como uma ameaça à democracia com um aprofundamento da própria democracia por meio da interlocução proposta pela antropologia? Como entender etnograficamente a relação entre crise (e crise econômica) e neo-fascismo?
Detalhes do painel na língua complementar / Panel details in complementary language
Título / Title
The reactionary shift: anthropology in the face of crisis and neofascism
Resumo curto / Short abstract
After the 2008 crisis the reactionary shift became evident. Whats does anthropological research have to say about what we call reactionary shift? What is the place of ethnography among particularly vulnerable groups in the construction of a possible critique of the ongoing process? How to counter what is perceived as a threat to democracy with a deepening of democracy itself through the dialogue proposed by anthropology? How to understand ethnographically the relationship between crisis and neofascism?
Resumo longo / Long abstract
After the 2008 crisis, in various national contexts, the reactionary shift became evident. In countries such as Brazil and Argentina, a period of over a decade of progressive governmental alliances was followed by a dismantle expressed in legal setbacks in the labour world, in all sorts of threats to the minorities´ achievements and in the intensification of discrimination against foreigners; in Europe, in general, and in countries such as Poland, Hungary, Slovakia and Italy, in particular, the so-called migration crisis gains strengh in the public opinion, at the same time narratives and practices such as anti-semitism, xenophobia, islamophobia and antigypsyism. Crisis, or the fear of crisis, poverty, or the fear of poverty seem to nourish a reactionary shift that is sustained, on the one hand, by the appropriation of the very resources of democratic regime, and on the other, by an increasingly evident appeal to violence. This panel´s proposal departs from the following questions: whats does anthropological research have to say about what we call reactionary shift? What is the place of ethnography among particularly vulnerable groups (LGBTQs, blacks, natives, quilombolas, migrants) in the construction of a possible critique of the ongoing process? How to counter what is perceived as a threat to democracy with a deepening of democracy itself through the dialogue proposed by anthropology? How to understand ethnographically the relationship between crisis (and economic crisis) and neofascism?